200 Anos de Imprensa no Brasil:O impacto da máquina de escrever nas redações
Em fevereiro de 1912 o Jornal do Brasil adquiriu três máquinas de escrever, o primeiro passo para substituir as canetas bico de pena, processo este concluído muitos anos depois diante das reações de veteranos jornalistas que não abriam mão do hábito de escrever a mão. Alguns daqueles senhores conheciam o equipamento, disponível na Casa Pratt e outras lojas especializadas, há mais de uma década, naquele tempo usado apenas nas repartições públicas, escritórios de advocacia e, a julgar pelos apelos de venda dos anúncios publicados em jornais e revistas, também em alguns lares. Os reclames insistiam na praticidade de se escrever cartas numa máquina das marcas Royal ou Remington.
Mas, o uso de esses “incômodos” aparelhos de ferro nas redações não era cogitado. É desconcertante imaginar que a tecnologia da máquina de escrever tenha demorado tanto a ser assimilada pelas redações, considerando que o seu uso efetivamente foi popularizado no final da década de 20. Afinal, o invento estava disponível no país, desde a última década do século XIX e o teclado “infernal” que assustava os jornalistas com a sua incompreensível combinação de letras já era realidade nas oficinas desde a introdução do linotipo. Ou seja, durante muitos anos não houve a correlação de tecnologias que seria recomendável para agilizar os processos de pré-impressão. O jornalista escrevia a mão e o linotipista que muitas vezes era obrigado a interpretar garranchos, fazia a digitação mecânica. Redatores mais experientes sentavam-se ao lado do linotipista e ditavam o seu texto de cabeça; as correções feitas, ali mesmo, na hora.
Fonte: http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/blog/?p=802
Nenhum comentário:
Postar um comentário